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Os Kirchhoff e sua história...

Na década de 1970, Norberto Julio (meu pai) nos contou e mostrou, que havia feito uma cópia da árvore genealógica de sua avó Friedreike. Sua tia Joanna Bertha tinha realizado este minucioso trabalho a partir dos primeiros Kirchhoff encontrados em 1660, com dados da Alemanha e toda escrita em alemão. A pedido de familiares, em 2005 fiz um resumo com a atualização de dados e fotos do ramo do meu avô Julio Rodolfo Müller (seu filho) e pedi para fazer uma cópia da árvore para guardar. Mas foi em meados de 2012 que me interessei em procurar documentos que provassem os dados e pela história da família. Conversei com minhas tias, suas netas, e fotos antigas desde seus avós que possuiam. Tinham quatro fotos da minha bisavó Friederike em diferentes ocasiões da sua vida e outra de uma senhora idosa sentada no banco do jardim vendo meu pai e minhas tias brincando, mais tarde fiquei sabendo que era Auguste sua irmã, minha tia bisavó. No princípio nós não tinhamos nenhuma informação, sobre o que teria ocorrido com a sua família no Brasil, se tinha mais irmãos, sobrinhos, aonde viviam, se eram unidos ou afastados, etc. Encontrei a partir do Arquivo Público de Joinville o navio e a data em que vieram da Alemanha, procurei por anos nos livros de registros da Igreja Evangélica, Igreja Católica, cartórios e nos jornais de Santa Catarina como também de Curitiba, obtendo muitos documentos e curiosidades sobre a sua e agora nossa "Família Kirchhoff”.

Na primeira parte estão as 5 primeiras gerações da árvore até o casamento dos pais de Friederike e na segunda parte eu contarei a história da família no Brasil e seus descendentes.

A árvore genealógica que meu pai copiou a quase 50 anos, mas agora traduzida...

“ÁRVORE GENEALÓGICA DE FREDERIKE,ALEMANHA - 1660

Pelos registros obtidos, teve início com as famílias a partir do ano de 1600 : Heinemann, Zäumer, Schwenr e Gebhardt. Ancestrais de August Friedrich Kirchhoff (Alemanha) Johann Gebhardt - Fabricante de pólvora (*1678 ) e Andreas Schwenk - Ferreiro (*1630). Ancestrais de Auguste Dorothea Dietz (Alemanha) Georg Zäumer (*1660 ) e Joachim Heinemann (*1660).

“AUGUST FRIEDRICH KIRCHOFF” (LADO PATERNO)

1a GERAÇÃO Filho de Johann Gebhardt, trabalhava com pólvora (*1678), Andreas Gebhardt, trabalhava com extração de prata, tirando o chumbo (*12/10/1703) em Hettstedt. Casou com a filha de Andreas Schwenk (*1680 ?), Barbara Margarete Schwenk (*1705) em Schiersleben. 2a GERAÇÃO Filho de Emanuel Eberling (*1700) Peter Frederich Eberling, trabalhava com extração de minérios (*18/01/1721) em Hettstedt.Casou com a filha de Andreas e Barbara Gebhardt, Anna Elisabeth Gebhardt (*14/11/1730). 3a GERAÇÃO Johann Cristian Egeut (*12/12/1763) em Hettstedt. Casou com a filha de Peter Frederich Eberling e Anna Elisabete: Dorothea Margarete Eberling (*15/02/1765) em Hettstedt. 4a GERAÇÃO Filho de Johann Kirchhoff, mestre sapateiro (*1770) em Wettin, Johann Georg Kirchhoff, mestre sapateiro (*1797) em Wettin. Casou em ( 20/04/1817). Com a filha de Johann Cristian Egeu e Dorothea Margarete, Helene Fredericke Egeut (*11/07/1787) em Hettstedt. 5a GERAÇÃO Filho de Johann Georg Kirchhoff e Helene Fredericke, August Friedrich Kirchhoff, mestre pedreiro (*17/10/1825) em Hettstedt.

“AUGUSTE DOROTHEA DIETZ” (LADO MATERNO)

1a GERAÇÃO Filho de Georg Zäumer (*1660), Andreas Zäumer, trabalhador braçal e obreiro*1690) em Arnstedt. Casou com a filha de Joachim Heinemann (*1660), Anna Heinemann (*30/05/1690) em Hettstedt. 2a GERAÇÂO Filho de Andreas Zaumer e Anna, Johann Cristoph Zäumer, trabalhava com extração de metais (*25/08/1725) em Hettstedt. Casou em 21/06/1749. Com a filha de Johann Cristoph Jacke, mestre moleiro (*1700), Johanna Eleonora Jacke (*1730). 3a GERAÇÃO Filha de Johann Cristoph Zäumer e Johanna Eleonora, Dorothea Elisabeth Zäumer (*09/07/1767) em Hettstedt. Casou em 19/11/1778 com August Heinrich Dietz, dono de hospedaria (*22/11/1753) em Hettstedt. 4a GERAÇÃO Filho de August Heinrich Dietz e Dorothea, Friedrich Cristian Dietz, trabalhava com as mãos, artesão e obreiro (*10/05/1786) em Hettstedt. Casou em 15/11/1811 com a filha de Johann Andreas Greifzu, trabalhador com as mãos, artesão e obreiro (*1765) e Dorothea Elisabet Hechter (*1770) em Bendorf, Maria Dorother Greifzu (*13/09/1790) em Hettstedt. 5a GERAÇÃO Filha de Friedrich Cristian Dietz, trabalhava com as mãos, artesão e obreiro, e Maria Dorother: Auguste Dorothea Dietz (*22/02/1832) em Hettstedt.

“UNIÀO DAS FAMILIAS DIETZ – KIRCHHOFF”

Filho de Johann Georg Cristoph e Helene Frederecke Egeut: August Friedrich Kirchhoff, mestre pedreiro (*17/10/1825 em Hettstedt), Casou no dia *22/07/1852 com a filha de Friedrich Cristian Dietz Auguste Dorothea Dietz (*22/02/1832) em Hettstedt. O casal teve duas filhas nascidas no local, chamavam-se Auguste Dorothea Magdalena*1853 e Friederike Dorothea Leopoldina*1855.

"A FAMÍLIA NA ALEMANHA, NO BRASIL, SUA HISTÓRIA E DE SEUS DESCENDENTES"

Originários da cidade de Hettstedt, na Saxônia (ex-Alemanha Ocidental) desde 1660, até onde temos informações. O local prosperou pela riqueza do cobre e minerais encontrados na região. Muitos membros da família Kirchhoff trabalhavam nas minas como extratores de minérios de cobre, prata e chumbo, fabricante de pólvora, dono de hospedaria, obreiros (artesão), mestre sapateiro, pedreiro, etc.

A Alemanha estava na mesma situação que outros países da Europa, pela escassez de alimentos e trabalho, que a atingiram por volta de 1850.

Como outras várias famílias da Alemanha “Os Kirchhoff” resolveram vir para o Brasil pela Empresa Hamburguesa de Colonização, sendo informados que a Colônia D. Francisca era um paraíso e que estava em construção, necessitando de pessoas qualificadas que era o caso de August Friederich Kirchhoff (32), um experiente mestre pedreiro.

Embarcou em Hamburgo no “Navio Canton” com sua esposa Auguste (25) e suas duas filhas Auguste Dorothea Magdalena *1853 (4 anos) e Friederike Dorothea Leopoldina *1855 (2 anos), no dia 28/04/1857 e chegaram a Colônia Dona Francisca no dia 14/07/1857.

Como mestre pedreiro foi muito requisitado quando chegou, obtendo trabalho e rendimentos para fixar sua residência no "Caminho do Meio", hoje Rua XV de novembro. Foi encarregado, entre outras coisas, de planejar e supervisionar o trabalho do grupo que construiria, em alvenaria, a nova Igreja Evangélica. Sendo construída em um curto espaço de tempo e que ainda hoje podemos contemplar esta linda obra, localizada na Rua Nove de Março em Joinville.

IGREJA EVANGÉLICA DA COLÔNIA D. FRANCISCA, O PASTOR E A COMUNIDADE... Pastor Georg Hölzel nasceu em Neuburg, Böhmen, na Alemanha, em 1820. Antes de vir ao Brasil, atuou na Comunidade de Gablonz, na Austria. Sua atividade pastoral iniciou em Joinville em junho de 1854, na Comunidade de Dona Francisca. A Comunidade por ser pequena em número de membros favoreceu a possibilidade de o P. Hölzel visitar constantemente a todos, conhecendo assim profundamente a vida de cada um. Com isto pôde verdadeiramente ser o cura d'almas de seus membros. Segundo, que suas pregações nos cultos encontraram corações famintos pela Palavra de Deus. Tendo em vista que a Comunidade ainda não dispunha de um local de encontro regular, as pregações tão profundas do P. Hölzel despertaram nos membros a compreensão de que a construção de uma igreja era imprescindível.

A construção de uma igreja, todavia, esbarrou eventualmente na dificuldade financeira dos imigrantes. Este apelo teve resultado positivo, pois a construção foi autorizada, e não só isto. A Comunidade recebeu também uma razoável soma em dinheiro do Governo Imperial. E as terras destinadas à construção foram doadas pela Direção da Sociedade Colonizadora. Durante o período em que o P. Hölzel serviu à Comunidade ocorreram o lançamento da pedra fundamental, construção e inauguração do que é hoje a Igreja da Paz em Joinville. Importante é que esta construção não significou apenas a criação de um espaço para o culto a Deus, mas que através desta construção ocorreu a união de todos os membros envolvidos e principalmente o sentido e amadurecimento do "ser Comunidade".

Em 1858 transferiu-se para São Paulo permanecendo por 8 anos deixando um pastor em seu lugar. Tendo em vista, porém, que após sua saída muitos fiéis não se entenderam com o novo pastor e que ficou muito tempo sem atendimento direto, decidiu-se procurar novamente pelo P. Hölzel. Em 1866 com o seu retorno á Colônia, encontrou uma Comunidade enfraquecida numericamente, pois muitos membros acabaram se filiando à Comunidade de Estrada da Ilha. Com isto ficara difícil a manutenção do trabalho, já que também o Governo Imperial parara de prestar auxílio financeiro. Mesmo assim Hölzel soube enfrentar estes problemas, permanecendo como guia espiritual de seus membros até 1889, perfazendo assim 27 anos de ministério pastoral em Joinville. Também esta comunidade tem neste pastor um guia que soube cunhar e determinar corajosamente o seu posterior desenvolvimento.

Pastor Hölzel durante tantos anos batizou, casou, dando seu apoio nas horas difíceis de suas perdas à milhares de imigrantes evangélicos. Entre eles...os Müller, Baumer e Kirchhoff, por este motivo a sua grande importância à nossa família.

"KIRCHHOFF" E OS 4 FILHOS BRASILEIROS

Ao longo de 8 anos na Colônia D. Francisca August Friederich e Auguste tiveram mais 4 filhos, infelizmente com 2 perdas em dias seguidos, ambos com atestado de “anemia”eram: Johanna Frederike Henriette (*21/12/1857 em Joinville - +27/12/1863 em Joinville) com 6 anos, August Johann Hieronÿmus (*11/09/1860 em Joinville - +28/12/1863 em Joinville) com 3 anos, Friedrich August Carl (Carlos) *25/04/1863 em Joinville e Anna Catharina Christianna *1865 Joinville.

Algum tempo depois de sua chegada ao Brasil August apresentou problemas estomacais. Provavelmente pela desilusão ao chegar a Colônia Dona Francisca, com sua esposa e filhas aonde viveriam em um paraíso e encontrar um lugar selvagem, animais e insetos diferentes, clima quente, local sujo, alimentos desconhecidos, doenças tropicais, sem estrutura nenhuma, tendo que se adaptarem e transforma-lo em habitável, mesmo com sua experiência.Com todo o seu trabalho, preocupações, esforço, tristeza da perda de 2 de seus filhos e empenho em prol de sua família seu corpo não suportou. August faleceu no dia 7/02/1866 com 40 anos, sendo atestado como causa “câncer de estômago".

Deixando Auguste viúva aos 33 anos e 4 filhos menores. Auguste com 13 anos, Friederike com 11, Friedrich A. Carl com 8 e Anna Christianna com 1 ano.

Friederike e seus irmãos com o falecimento do pai, durante a infância até tornarem-se adultos trabalharam duro para se manterem. Por este motivo Auguste e minha bisavó (com mais idade) não tiveram condições de ir à escola e aprender a ler e escrever. Naquela época a prioridade de alguns povos entre eles o da Suíça, Alemanha, Austria, etc..era que desde criança fossem ensinadas a escrever no mínimo seus nomes e também à ler pela fé, pois o bem mais precioso que possuíam era a Biblia.

Sua esposa Auguste não casou novamente e criou seus filhos sozinha, residindo no mesmo local por cerca de 20 anos. Faleceu no dia 28/01/1886 em Joinville, aos 53 anos de idade, sendo atestado como “febre nervosa”. Friedrich Kirchhoff e Auguste Dietz Kirchhoff foram sepultados no “Cemitério do Imigrante de Joinville”. Nesta ocasião os 4 filhos já eram todos adultos, Auguste com 33 anos, Carl com 28 anos e Anna com 21 que eram solteiros e minha bisavó Friederike (31) casada com Johann Rudolf Müller.

CARL, AUGUSTE, ANNA E FRIEDERIKE...

FRIEDRICH AUGUST CARL*1858 em Joinville - +18/07/1932 Colônia do Sahy, S. Francisco do Sul. No ano seguinte ao falecimento de sua mãe Friedrich August Carl (Carlos) e Augusta Schiebel*1865 em Joinville, de religião católica se casaram. Augusta era filha de Eduardo Schiebel e Josepha Tobicht, naturais da Áustria, lavradores e moradores na Rua do Meio a mesma dos Kirchhoff. O casamento foi realizado na casa da noiva no dia 9/06/1887. Uma parte do registro como eram realizados os casamentos mistos na época..."residentes na Paróquia S. Francisco Xavier de Joinville, com dispensa de impedimento de religião mista, dada por mim (Vigário Carlos Boegershausen) com provisão de 8 do corrente mês por Delegação Apostólica concedida pela Inter nunciatura Apostólica no Brasil em 2/10/1884 e com o consenso do Prelado Diocesano dado em 28/02/1885, sem outro impedimento algum e com palavras de presente e de mútuo consentimento na forma dos casamentos mistos, em minha presença e das testemunhas Jacob Schimidlim e José Freischmann...”

IGREJA SÂO FRANCISCO XAVIER DE JOINVILLE, O PADRE E A COLÔNIA...Carlos Boegershausen nasceu no dia 16/08/1833, em Duderstadt na Alemanha.Trabalhando no Seminário de Hildesheim, foi informado por Dom Eduard que a Companhia Colonizadora de Hamburgo já em 1849 havia solicitado um padre para o atendimento aos colonos da Colônia Dona Francisca-Joinville, sem êxito. O “sim” de Pe. Carlos foi imediato. Preparou-se cursando enfermagem num hospital, aprendeu a cozinhar, reuniu pequena biblioteca e, em 25 de agosto de 1859, embarcou para o Brasil, sendo acompanhado do Dr. Wigand Engelke, seu colega de escola e primeiro médico da Colônia Dona Francisca. O veleiro "Lucie Caroline" alcançou o porto de São Francisco no dia 11 de novembro do mesmo ano, sendo ele o primeiro vigário da Igreja De São Francisco Xavier de Joinville de 1859 a 1906.

Carlos como seu pai era pedreiro. Moraram em Joinville até 1894 e a partir desta data mudou com sua família para a Colônia do Sahy (ao lado de São Francisco do Sul), aonde trabalhava como lavrador com os filhos...

Foram encontrados 9 filhos do casal. Dois nascidos em Joinville sendo batizados na Igreja S. Fco Xavier e os outros nascidos na Colônia do Sahy e batizados na Matriz da cidade de Nossa Senhora das Graças de São Francisco do Sul, ambas católicas. Augusto Rodolpho*1889 em Joinville - +5/12/1961 em Sahy, carpinteiro.Agatha*03/1891 em Joinville - +17/03/1892 em Joinville. Eduardo Amphilaquio*24/02/1893 em Joinville - +14/07/1933 em Sahy. Frederica*26/5/1895 e batizada em 16/09/1895 com o nome de Francisca Elize na Colônia do Sahy (Casou à revelia dos pais).Anna Thereza (Anita)*6/6/1897 na Colônia do Sahy e batizada no dia 1/12/1897. Carlos K. Filho *21/07/1899 - + (após fevereiro de 1947, declarado no registro de casamento de sua filha) na Colônia do Sahy. Rodolpho *10/11/1901, foi batizado no dia 22/02/1902 - +17/07/1939 na Colônia do Sahy. Julio*14/04/1905 na Colônia do Sahy - +20/08/1962 em S. Francisco Do Sul e um Feto (masculino) *+5/11/1909 na Colônia do Sahy. Na vida de Carlos Kirchhoff a religião era complexa. Os filhos foram batizados na igreja católica nos lugares aonde residiram, mas foi encontrada a “Confirmação” no dia 7/01/1919 de seus filhos Rodolpho e Julio, realizada pelo pastor Hans Müller no Sahy. Entende-se que a igreja luterana tenha se instalado por esta época em S. Francisco do Sul e posteriormente construído o Cemitério Protestante no Sahy. Então, Carlos nunca deixou de ser protestante. Friedrich August Carl (Carlos) faleceu no dia 18/07/1932 na Colônia do Sahy e sepultado no Cemitério Protestante do local.

Sobre sua esposa Augusta sabemos que foi após a esta data. Encontrei relatado no segundo casamento de sua filha Anna Thereza em Curitiba com o Sr. Henrich Friedrech Sörensen, austríaco e também viúvo (sem filhos) e que morava na Rua Barão de Antonina a poucos metros da casa de Friederike, que Augusta estava viva e morava em Santa Catarina, não mencionando o local. Então presumo que a relação de Friederike com os irmãos não foi afetada, por viverem em outras cidades.

Com o falecimento da mãe e o casamento de Carlos, Auguste e Anna Christianna foram morar com sua irmã Frederike e auxiliavam nos afazeres da casa, nos cuidados com as crianças e quando a família se mudou para Curitiba elas vieram junto.

AUGUSTE DOROTHEA MAGDALENA*1853 - +16/05/1940 em Curitiba. No ano seguinte a chegada em Curitiba casou com Augusto Hein no dia 24/11/1890. Viúvo com três filhos pequenos, Roberto o mais velho estava com 7 anos, Paulo com 4 anos e Alberto com apenas 2 anos. Auguste criou como se fossem seus filhos. O casal não teve filhos seus e permanecerão casados por 26 ½ anos até o falecimento de Augusto no dia 16/05/1917 em Curitiba.

Ela ficou morando com os enteados por muitos anos e se davam muito bem. Roberto*27/12/1884 - +3/01/1940, casou com Luiza Müller (filha de Germano e Augusta Müller) no ano de 1909, em Curitiba. Paulo*1885,casou com Carolina Mehl no dia 4/09/1912 em Curitiba e Alberto*1888 - +27/07/1964,casou com Augusta Zibarth no dia 26/09/1913 em Curitiba. Auguste voltou a morar com sua irmã Friederike já idosa, só não se sabe a partir de que data, presume-se que por meados dos anos 30 até seu falecimento em 1940. Pelo relato de seus sobrinhos netos ainda crianças, ela adorava cuidar do jardim, principalmente das flores.

ANNA CATHARINA CHRISTIANNA*1865 em Joinville - +4/11/1940 em Blumenau. Três anos depois da chegada em Curitiba, casou com Guilherme Michelmann, no dia 18/01/1892. Solteiro e lavrador. Nascido na Alemanha com 27 anos e Anna com 26 anos. Após o casamento foram morar em Blumenau aonde a família dele residia.Tudo leva a crer que Guilherme era amigo de Carlos Gustavo Frederico Venske, genro de Gottlieb Mueller e por intermédio dele se conheceram.

Tiveram 5 filhos todos nascidos em Blumenau:

Registro sem o nome da criança*3/04/1892, Rudolfo*18/01/1893, Alfredo*23/06/1894 - +12/12/1961 em Blumenau, Arthur*14/10/1895(97) - +21/03/1961 em Blumenau e Ella*27/11/1900.

FRIEDERIKE DOROTHEA LEOPOLDINA*26/09/1855 em Hettstedt, Alemanha - +16/09/1942 em Curitiba.

Minha bisavó Friederike casou com meu bisavô Johann Rudolf no dia 9/12/1880 na Igreja Evangélica da Colônia D. Francisca. Ele ficou viúvo em 1876 de Margaretha Baumer (contarei a sua história posteriormente) com quem teve 4 filhos.Durante os quatro anos que ficou viúvo se envolveu com uma mulher que cuidava de seus filhos e ela engravidou, tendo uma menina de nome Helene, 3 meses antes de meus bisavós casarem. Frederike criou as crianças do primeiro casamento, a Helene e teve enquanto moraram em Joinville mais 4 filhos: Joanna Bertha *8/01/1882, Rudolf August *11/1884 - +2/02/1885 com 10 semanas, Alfredo Antonio *3/01/1886 e Max*20/01/1888. Em Joinville no dia *26/09/1885 meu bisavô se nacionalizou brasileiro, mudou seu nome para João Rodolpho e viajava regularmente para Curitiba, construindo uma casa perto do seu irmão Gottlieb, para vir morar com a sua família. Em 1889 mudaram-se e Friederike teve mais dois filhos, sendo uma menina de nome Emma*8/3/1890 e Julio Rodolpho *11/4/1893 (meu avô). Dois anos depois da chegada, as suas irmãs já haviam se casado.

Casamento dos filhos e seus netos

A primeira filha a se casar foi Joanna Bertha com João Carlos Gustavo Tenius no dia 7/01/1899 em Curitiba. Foram morar em União da Vitória e tiveram 5 filhos: Rodolfo Gustavo, Henry, Gustavo, Attila Guilherme e TejaTottila. Mesmo morando em outra cidade todos os filhos do casal nasceram em Curitiba, na casa dos avós João Rodolpho e Frederike.

Depois casaram o filho Alfredo Antônio com Helene Stenzel no dia 16/06/1907. Tiveram 9 filhos: Ervino Max, Carlos Eugênio, Alfredo Achilles, Reynaldo Theophilo, Osvaldo Casemiro, João Rodolfo, Dolores Frederica, Verena Leonilia e Theobaldo Julio.

***João Rodolpho Müller falece três meses após o casamento de seu filho Alfredo, deixando Friederike viúva.

No dia 17/12/1910 Helene casou com João Paulo Bürgel e tiveram dois filhos: Anita e Floriano.

Emma casou com João Francisco Jucksch no dia 28/10/1911. Tiveram 6 filhos: Alcides (padrinho do meu pai), João Rodolfo, Leonildo, Raul, Elísio e Lilian. Todos nascidos na casa da avó Friederike. Max, não encontrei registro do seu casamento (por volta de 1920), perguntei à familiares e me informaram que não sabiam se houve casamento, mas tinha como esposa Helene Jacob que ela usava o sobrenome Müller. Tiveram 3 filhos: Mario, Geraldo e Renato.

No dia 31/07/1926 meus avós Julio Rodolfo e Elza Weimar se casaram, foram morar na casa com Friederike e aonde nasceram seus 5 filhos: Elsa Irene, Ingrid Haidée, Ursula Dóris, Norberto Julio (meu pai) e Isolde Helma.

Após 1920 quem morava com a Frederike era seu filho caçula Julio (meu avô), nesta época já não usava mais o seu segundo nome, Rodolpho. Poucos anos depois do seu casamento ela foi dividida...de um lado moravam meus avós com os filhos e do outro Frederike com a Helene e seus 2 filhos, pois havia ficado viúva em 1931.Com seu esforço e trabalho comprou as partes da casa que cada irmão e irmã tinha por direito, ficando como o único dono. Em seguida Auguste veio morar com a irmã, sendo construído um aposento ligado a casa aonde ela tinha sua cozinha, sala e quarto, permanecendo até o seu falecimento em 1940.

No dia 16/09/1942 as 13:00 Friederike faleceu, aos 86 anos.

A vida lhe deu lindas bençãos... seus 6 filhos, 28 netos e muitos bisnetos.

Curiosidades e histórias contadas pela família sobre Friederike...

Uma mulher de fibra, sempre disponível, de muita fé, ajudava João Rodolpho no que necessitava, costurava, bordava, cuidava dos filhos, da casa, do grande jardim, ótima cozinheira e muito amorosa. Era perfeccionista e gostava de tudo limpo e arrumado sempre.

Ingrid Müller Seraphim –“ Quando éramos pequenos, eu e meus irmãos íamos na casa da Oma Friederike antes do almoço, ela nos dava uma carne ensopada deliciosa que fazia e colocava dentro de um pão. Tínhamos que comer escondido porque minha mãe brigava, pois não teríamos fome na hora do almoço. Ela também tinha uma horta com diversos tipos de temperos, chás e adorava flores”

Sr. Theobaldo Julio Müller (2013), filho de Alfredo Antônio e neto da Friederike - Ele me contou entre tantos fatos de sua vida e da família, que moravam perto da casa da avó e se viam frequentemente. Sobre a Tante Auguste a irmã de sua avó, mencionou que quando ela ia na casa deles sozinha no seu retorno tinham que a seguir, para ver se chegava bem em casa. Ela ia lentamente, pela sua idade avançada, ficando temerosos que se distraísse e se perdesse pelo caminho.

Sr. Theobaldo me falou também sobre uma história que toda a família tinha conhecimento, sido contada pela própria Friederike ao seu pai. “Que quando era menina em Joinville, ficou muito doente (creio que de alguma doença) e faleceu. Porém seus pais eram bastante "fervorosos" na igreja, atrasaram o enterro da filha e fizeram bastante orações até que ela retornou. Dizem que ficou bem chateada por terem tirado ela de um lugar tão lindo. E desde aquele momento minha avó foi uma santa mulher, nunca mais se queixou da sua vida, ficou doente, foi ao médico ou dentista, tomou remédio ou reclamou de alguma dor.Só se tratava com chás”.

Outro fato foi o dia do seu falecimento em si. Seu Theobaldo me relatou: -“ Minha avó era apesar da idade muito ativa. Acordava cedo, fazia o almoço, cuidava da horta com ervas para os seus chás, suas flores e os afazeres domésticos. Cerca de algumas semanas antes de sua morte, ela diz ter ouvido alguém bater à porta, ao abrir, suas palavras foram: - Você é tão lindo!!! ...fechando a porta em seguida com um grande sorriso. Tia Helene que morava com ela perguntou quem era, então respondeu que não era ninguém... No seu último dia ela fez suas tarefas de casa como sempre fazia, porém com uma cadeira por perto, como se pressintisse que poderia cair a qualquer momento. Almoçou como de costume e disse que se sentia cansada.Tia Helene achando estranha a atitude da mãe chamou a vizinha que era enfermeira para medir a pressão e ver se ela estava tudo em ordem com a saúde dela. A enfermeira verificou dizendo que estava tudo normal, indo embora em seguida. Mas ela dizia que se sentia cansada e que por isso iria se deitar um pouco (coisa que ela não costumava fazer). Logo após deitar, deu seu último suspiro... É difícil de acreditar nestas histórias, mas foi assim que aconteceu, parece que quando abriu a porta semanas antes, ela sabia que estavam vindo busca-la e ficou feliz “. Finalizou o Sr. Theobaldo.

Referências: Árvore Genealógica de Friederike Dorothea Leopoldine Kirchhoff realizada por Joanna Bertha M. Tenius, copiada por Norberto Julio Müller / Relatos e fotos obtidas de membros da “Família Müller” Sites: Dados de nascimentos e óbitos encontrados nos livros da Igreja Evangélica e da Igreja católica da Colônia D. Francisca (Joinville), São Francisco do Sul e de Sai) - https://www.familysearch.org/hr/search/ - Sobre o Pastor Hölzel: http://www.luteranos.com.br/conteudo/pastor-georg-hoelzel e sobre o Padre Boegershausen: https://pebesen.wordpress.com/padres-da-igreja-catolica-em-santa-catarina/padre-carlos-boegershausen/

FRIEDERIKE DOROTHEA LEOPOLDINA KIRCHHOFF

COLÔNIA D. FRANCISCA - CAMINHO DO MEIO

IGREJA EVANGÉLICA DA COLÔNIA D. FRANCISCA - IGREJA DA PAZ

IGREJA DA PAZ (ATUALMENTE)

PASTOR GEORG HÖLZEL

IGREJA CATÓLICA DA COLÔNIA - IGREJA SÃO FRANCISCO XAVIER DE JOINVILLE (Foto de 1866)

PADRE CARLOS BOEGERSHAUSEN

IGREJA N.SRA.DAS GRAÇAS DE S. FRANCISCO DO SUL (Registros da Colônia do Sahy)

ESTRADA DA SERRA - CAMINHO DE JOINVILLE PARA CURITIBA (Sec.XIX)

ANNA CHRISTIANNA K. MICHELMANN E BLUMENAU (1890)

FRIEDERIKE E JOÃO RODOLPHO (Curitiba, 1907)

FRIEDERIKE com Alfredo Antônio, Joanna Bertha, Julio, Emma, Helene e Max

AUGUSTE IRMÃ DE FRIEDERIKE, com as crianças: Ingrid, Norberto, Ursula e Isolde


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