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João Rodolpho Müller e Friederike Dorothea Leopoldine Kirchhoff Müller

Onze anos após seus irmãos Gottlieb e Adolpho chegarem em Curitiba (1878), meu bisavô João Rodolpho mudou-se com sua família de Joinville para morarem aqui, definitivamente em 1889.

O primeiro documento em Curitiba é datado de 03/04/1883, em que João Rodolpho comprou um terreno próximo a de seu irmão Gottlieb. Em Joinville era dono de uma olaria e trabalhava com a ajuda dos filhos, premiado sobre a qualidade de suas telhas e tijolos em 1874, e viajava regularmente à Curitiba, construindo sua casa e o local do comércio, em uma forma lenta de transição. O segundo encontrado foi uma notícia no “Jornal Gazeta Paranaense” de 30/12/1888, como sendo João Rodolpho passageiro do Paquete Rio Negro, vindo do sul. Entende-se que era mais fácil na época, viajar de Joinville à Paranaguá por mar e subir a serra, na nova ferrovia chegando em Curitiba. Max foi seu último filho nascido em Joinville (20/01/1888), declarando no registro seu ofício como padeiro.

A casa que construiu ao longo de quase seis anos tinha 490 m². Com salas, cozinha, outras dependências e varanda em volta da casa na parte térrea, uma grande escada na sala íntima ia para o andar superior aonde haviam 9 quartos, todos com saída para a varanda de cima. Abaixo da escada havia escondida outra que levava a um enorme porão, aonde seriam guardados as bebidas caseiras e os alimentos. Quando concluiu a obra trouxe a família.

Vieram sua esposa Friederike, suas cunhadas Auguste Dorothea e Anna Christianna e seus filhos Helene, Bertha, Alfredo e Max. Permanecendo em Joinville Gottlieb Adolpho, Roberto, Emil e Verena, filhos do seu primeiro casamento com Margaretha Baumer. Sendo que pouco tempo depois três deles vieram morar com o pai e o primogênito com a sua família em 1901 após vender a olaria. As irmãs de Friederike casaram-se em Curitiba, Auguste Dorothea em 1891 com Augusto Hein (viúvo) morando na mesma cidade e Anna Christianna em 1892 com Guilherme Michelmann, indo morar em Blumenau- SC. João Rodolpho e Friederike tiveram mais 2 filhos, Emma em 1890 e Julio Rodolpho (meu avô) em 1893 em Curitiba.

Ao todo ele teve 13 filhos, sendo 2 falecidos ao nascer do seu primeiro casamento e Rodolpho Augusto de 10 meses (1884/1885), com minha bisavó.

João Rodolpho ao chegar abriu sua padaria enfrente a sua casa e tornou-se também vinicultor. Plantou um parreiral nos fundos do terreno, mandou buscar livros sobre a fabricação de vinhos na Europa e com suas uvas fazia "vinho espumante" delicioso e desconhecido na época. Posteriormente sendo premiado em várias exposições importantes em Curitiba e na grande “Exposição Universal de St. Louis“, EUA. em 1904, recebendo a medalha de bronze pela qualidade de seu vinho. Guardava e acondicionava seus tonéis e garrafas no seu porão.

Em volta da casa plantou várias árvores, colocou bancos e mandou buscar da Alemanha um realejo. Aos domingos e feriados principalmente alemães e suíços se reuniam (mas todas as outras pessoas eram sempre bem-vindas), sentavam-se a sombra, saboreavam seus pães com vinho, dançavam e se divertiam...

Qual Müller não gosta de uma boa festa?

Referências: Sites- Family Search (registros de Joinville e Curitiba), BDN- Biblioteca Nacional Digitalizada (jornais antigos) e Google (Exposição em St. Louis).

- Prefeitura de Curitiba-Cadastro Técnico de Terras- Histórico, localização e dimensões do terreno apresentadas em 8/11/1947 e meu irmão Julio Müller Neto - cálculo da área do terreno e das áreas construídas.

- Fotos cedidas das premiações- Theobaldo Müller Jr. (Joinville) e Astrid Bruinjé Cosentino ( E.U.A)

- Relatos das minhas tias sobre comércio, o vinho e descrições da casa- Elsa Irene Müller, Ursula Dóris M. Algayer, Isolde Helma Müller e Ingrid Haidée Seraphim (última foto de João Rodolfo, 1907).


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